Poema: Ciranda( Sérgio Figueira)
Quando passava, não deixava vento, só o riso que sobrava . Não deixava as pernas, nem as palavras. Só o riso, sem som, só o desenho do riso. sem pernas, sem braços, sem movimento, nem som. Quando passava, empurrado por mãos alheias, lindas teias de solidariedade, Me deixava envergonhado, empobrecido, desorientado, e, calado, eu permaneci, esses anos todos, tentando entender, com minha natureza egoísta, porque eu me calava e abaixava os olhos, envergonhado de uma tristeza que era só minha.... pobre menino eu,
que nunca compreendeu que todos merecem o abraço, inclusive eu.
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